Alexandre Ígor Nunes Dias, 6 anos, quase não acreditou quando uma viatura do Corpo de Bombeiros (CB) chegou à sua casa. O sonho do menino sempre foi conhecer a corporação e, por isso, escreveu este ano para a campanha "Adote uma Carta", dos Correios, contando o desejo. Assim que tomou conhecimento da mensagem, o comandante da Unidade (2º Subgrupamento de Bombeiro), major Franklin Araújo, prontamente aceitou realizar o pedido do garoto.
O major providenciou uma viatura para, na manhã de ontem, 23, ir pegar Alexandre em casa, no conjunto Abolição IV. Acompanhado por bombeiros, pela mãe e pela imprensa, ele foi levado no veículo à sede da unidade para receber mais dois presentes: ganhou uma farda especialmente feita para ele e uma viatura de brinquedo. Durante o trajeto até a corporação, o menino pulava de alegria.
A mãe do garoto, Yara Nunes, não conteve as lágrimas. "É um dia muito especial. Eu acreditei no sonho e passei isso para o meu filho. O sonho não pode morrer. Só Deus sabe o tamanho da minha felicidade", disse ainda, sempre muito emocionada.
Ela contou que escreveu e enviou a carta do filho no último dia da campanha. Por causa disso, ficou com medo e ligou para os Correios a fim de saber se a mensagem de Alexandre tinha sido adotada. Senão, ela mesma providenciaria um presente.
Qual não foi a surpresa da mãe quando a coordenadora Januária disse que havia ligado para o major Franklin e que ele tinha aceitado imediatamente realizar o desejo da criança. O major, inclusive, fez questão de conduzir ele mesmo a ação.
"É um momento de muita emoção, em que nós podemos também relembrar a nossa infância. Que garoto não sonhou um dia em ser bombeiro?", disse o major. "E no momento em que chegamos, quando vimos ele pulando de alegria, foi um momento que não tem preço, nada pode pagar".
O agente dos Correios Railson Alves, que trabalha distribuindo as cartas no Abolição IV, estava representando a agência. Ele conta a aflição da mãe durante praticamente um mês para saber se a carta de Alexandre seria adotada. "Quando eu ia deixar as cartas, ela me perguntava como estava o encaminhamento, pedia para eu dar uma força para o filho dela".
FONTE: JORNAL O MOSSOROENSE (17/10/1872), EDIÇÃO DO DIA 24/12/10 (SEX)